A pequena sereia e sua cauda artificial


Nadya Vessey nasceu com uma doença que comprometia o desenvolvimento de suas pernas, e aos sete anos teve de amputar uma delas... Aos 16 anos, a outra perna também foi amputada...
Após um garotinho perguntar o que houve com suas pernas, ela conta para ele que é uma sereia, e ele vai embora encantado com a resposta. Um tempo depois, Nadya escreve para os técnicos do estúdio Wetta Workshop, que foram os responsáveis pelos efeitos especiais do Senhor dos Anéis e Crônicas de Nárnia, e pergunta a eles se seria possível construir uma cauda pisciana para ela, para sua surpresa eles concordaram e construiram a prótese baseada em trajes de mergulho, utilizaram moldes plásticos e pintaram as escamas a mão, e o resultado final: um inédito mecanismo articulado que permite a propulsão do seu corpo e a faz ondular na água como as mitológicas sereias dos contos infantis...

Foto: Steve Unwin

Fonte: Stuff


A Evolução da música alternativa

Nem sempre a evolução gera mais complexidade.

Typospermas

A tipografia experimental do artista Israelita Oded Ezer deu origem ao projeto Typosperma, que utiliza design Biotipográfico que é o manuseio de organismos vivos ou biosistemas para criar ou modificar o fenômeno visual, e tem como ideia principal a criação de criaturas transgênicas, meio humano (esperma) e meio letra. São organismos imaginários com DNA modificado pela informação tipográfica desejada.
O Design é influênciado pela Biologia e não ao contrário, no sentido de função das partes, formas e estruturas, por isso não confundir com isso aqui.

O portfólio do artista: aqui

Sobre o amor e o Ornitorrinco

Qual é o maior mistério: os hábitos reprodutivos e comportamentais dos Ornitorrincos ou a mecânica amorosa do coração humano?
Adaptei essa frase da resenha do livro "Love an the platypus" do escritor Nicholas Drayson, sobre a expedição do jovem naturalista William Caldwell, que foi descobrir os locais de postura de ovos dos Ornitorrincos, onde conheceu a história trágica dos aborígenes e uma jovem mulher cega com muitos segredos...
Ainda não desisti de entender o funcionamento das relações amorosas e seus meandros, mas deixo isso para uma outra noite e atenho-me a refletir sobre a estranheza do ornitorrinco que não possui par na natureza. Eles poem ovos, produzem leite o qual secretam pelo abdome já que a fêmea não tem mamilos, os filhotes nascem com dentes o que os ajuda a sairem do ovo, nos machos se encontram esporões de veneno para proteção, e no focinho existem eletroreceptores que detectam campos elétricos de baixa frequencia, de modo que conseguem localizar suas presas embaixo da água sem precisar "enxergar" diretamente, pois mergulham de olhos fechados. Possuem 10 cromossomos sexuais (os humanos contam com 2, XY homens e XX mulheres), formando um conjunto de 52 cromossomos junto com os autossomicos os quais são mais similares aos das aves do que dos mamiferos no que tange a determinação do sexo, e os genes de produção de veneno que são similares ao dos repteis evoluiram independentemente.
Na abertura do filme Dogma, do diretor ultra-nerd, Kevin Smith, surge a frase "Até Deus tem senso de humor, veja o Ornitorrinco..." mas logo após eles pedem desculpas se ofenderam aos entusiastas e admiradores dessa espécie , pois eles tem muito respeito pelo animal, e não era intenção da equipe ofender essas criaturas...

Artigo da Science sobre a comparação do Genoma de um ornitorrinco fêmea, com outros animais:

Você pode aprender mais sobre o Genoma do Ornitorrinco aqui. página do National Center for Biotechnology Information.

Welwitschia mirabilis

''No meio do mais árido deserto
Há uma planta que consegue medrar,
E até se dá ao trabalho de florir,
Mesmo que não haja ninguém por perto,
Que a possa contemplar."

Do livro “Herbário” de Jorge Sousa Braga.

Elas podem viver 2.000 anos, mas por não serem tão belas como um panda aos olhos das
pessoas, está desaparecendo dos desertos da Namíbia na África.


Nanocarros moleculares

A equipe do Químico Orgânico James M. Tour, da Rice University (Texas) construiu o primeiro nanocarro do mundo de aproximadamente 4 nm ( 1 nm é igual a um bilionésimo de metro), e conseguiu movimentá-lo sobre um pedaço de vidro a temperatura ambiente, o observando através da técnica de microscopia por fluorescência(que utiliza as propriedades de fluroscência e fofosforência dos materiais, ao invés de reflexão e absorção de luz) . As rodas são de carborano (carbono e boro) e realmente deslizam sobre a superfície do material e se movimentam através da rotação e translação do seu eixo. O grupo já realizou observações com microscópia eletrônica, só que os experimentos ocorriam somente a temperatura de 200ºC, onde as ligações eletrônicas das moléculas se comprometiam a altas temperaturas, o que foi resolvido nesse novo experimento.

Estava conversando com uma colega esses dias, sobre como seria o mundo molecular se conseguissemos ficar desse tamanho, e concordamos que seria muito bonito e enigmático, isso se enxergassemos alguma coisa, porque somente podemos ver a luz dos materias que refletem em caracteristicos comprimento de onda (ex: vermelho 450 nm) só que diminuido ao tamanho de comprimento de onda do vermelho, não iriamos enxegar nada que refletisse essa cor, certo? e como é uma cor de luz primária, as outras cores que derivam da "mistura" do vermelho com o azul e o verde não poderiam ser vistas também, e se ficassemos menores que a luz vísivel nao daria para ver absolutamente nada, pois nossos olhos são adaptados fisiologicamente para verem nessa estreita faixa da realidade...
Máquinas moleculares poderão revolucionar os metódos de "entrega" de subtâncias em sistemas nanoscópicos e até mesmo sinalizar a sua posição através da emissão de fótons, e isso é incrivel se você pensar que os veículos motorizados surgiram somente no século passado.

link do artigo: "Micrometer-Scale Translation and Monitoring of Individual Nanocars on Glass"

fonte: aqui


Bonecos de Câncer.

Depois das guitarras nanométricas , das carinhas "felizes" de DNA, (que para mim parecem mais o rosto da Elma chips) cientistas do mundo nanométrico (dessa vez, japoneses) construiram o "boneco de câncer".
Feito de 100,000 cápsulas de colágeno, que é a proteína estrutural mais abundante no corpo dos mamíferos, o boneco micrométrico de células vivas permite testar novos medicamentos em condições próximas do funcionamento do organismo humano. A figura tridimensional foi moldada com a ajuda de "células especiais" para adquirir essa forma (na reportagem da Newscientist não especifíca quais seriam...), possui 5mm e foi utilizada uma cultura de celulas cancerosas do fígado humano para criar o boneco.
O responsável pelo trabalho, Shoji Takeuchi do Instituto Industrial de Ciência, diz que futuramente serão construídos organismos teste para realizar os experimentos, que hoje em dia são realizados em cobaias (camundongos principalmente).


Fonte: aqui

"Terás de rastejar no pó da terra e comê-lo toda a tua vida..."

Monstros já andaram pela Terra, e este aqui iria aterrorizar não só os "ofidiofóbicos" (medo de serpentes) mas qualquer vivente que o encontrasse, só que a diferença seria que, provavelmente ele encontraria você...
No artigo "Giant boid snake from the Palaeocene neotropics reveals hotter past equatorial temperatures", da Nature foi descrito os fóssil da espécie Titanoboa cerrejonensis, a maior serpente encontrada que já se arrastou pelo planeta (aquela que contracena com a Jeniffer Lopez no filme Anaconda não entra na listagem, obviamente ...). Os fósseis foram descobertos numa expedição às minas de carvão de Cerrejó na Colômbia pela equipe liderada pelo Paleontólogo Jason Head da Universidade de Toronto, Canadá.
A Titanoboa cerrejonensis viveu há 58- 60 milhões de anos atrás, quando esta região era composta por terrenos inundados proximo a floresta tropical, chegava atingir o monstruoso 13 m. de comprimento e possívelmente predava peixes e outros répteis como crocodilos primitivos. É parente das atuais jibóias, que fazem parte do genêro Boa (descrita por Linnaeus), da subfamilia Boinae, que também inclui o genéro Eunectes, a famosa Anaconda (a de verdade, não a do filme), e essa descoberta pode indicar que o clima naquela região era mais quente do que anteriormente foi pensado, pois os animais pecilotérmicos precisam de locais onde a temperatura não oscile tanto.
Assustador de tão bonito...

A vertebra da Anaconda (Eunectes sp.) comparado com a vertebra da Titanoboa. Foto por Ray Carson, UF News Bureau.


E Darwin estava errado...sobre o que?

2009 é o ano de Darwin. Seria o seu bicentenário em 12 de fevereiro, e 150 anos da publicação do livro "Sobre as origens das espécies" em 24 de novembro. Eventos, comemorações (para alguns) e capas de revistas... Bom, espero que nao sejam como a edição de janeiro da revista New scientist, na capa em letras grandes a chamada"Darwin was wrong". Do que estamos falando? sobre a seleção natural, hereditariedade? Não, é sobre a árvore da vida darwiniana.
Em julho de 1837, Darwin esboçou em seu caderno de anotações o primeiro diagrama relacionando os organismos como uma árvore onde cada galho representa suas história evolutiva e de parentesco, o que hoje seria uma árvore filogenética.
Em 21 de janeiro saiu o artigo "Why Darwin was wrong about the tree of life", escrito pelo jornalista Graham Lawton, sobre a árvore da vida ser um conceito ultrapassado, em vista das ultimas evidências do mecânismo de transferência de genes horizontalmente, que é a transmissão genética através de distâncias taxonomicas enormes entre organismos sem parentesco próximo, por bactérias e vetores virais , e não da maneira vertical que ocorre atraves da reprodução.
Mesmo assim, o modelo ainda é valido para os organismos eucarióticos, e o principal, é que o diagrama darwiniano representa a história dos taxóns e não dos genes, o que é diferente, pois mesmo que o fluxo de genes horizontais seja alto, nao seria necessário derrubar o conceito apresentado por Darwin. A revista foi infeliz na capa, assim como o exemplo da superinteressante de julho de 2007 , "Darwin o homem que matou deus", o tipo de coisa que só beneficia a própria revista, gera mais confusão em cima do tema, e afasta as pessoas de conhecerem o estudo das origens dos organismos na Terra, seus parentescos e desdobramentos, incluindo a da nossa espécie.
A ciência da evolução esta indo muito bem, obrigado, ainda que os processos evolutivos sejam um pouco mais complicados do que Darwin imaginou. Suas idéias sobre parentesco e ancestralidade abriram caminho para todo um nicho de pesquisa e hoje em dia seu teorema da seleção natural é um dos pilares da biologia e do conhecimento humano sobre a natureza.

O artigo ja foi discutido no blogue "Discutindo ecologia", de uma olhada por lá...
Árvore da Science interessante aqui: