Ruppy, o cão que brilha no escuro

O pequeno Ruppy, é o primeiro cão transgênico a possuir uma proteína fluorescente vermelha que brilha quando exposto a luz ultravioleta, foi desenvolvido pela equipe de Byeong-Chun Lee da Seoul National University da Coréia do Sul. Eles clonaram as células do fibroblasto canino (que são células que constituem o tecido nervoso, sintetizam a matriz extracelular, o colágeno e da a estrutura as celulas no tecido animal) que foram "programadas" para expressar uma proteína encontrada em anêmonas marinhas. A técnica utilizada foi retirar o núcleo de um oócito (o gameta feminino) normal, e "trocar" pelo núcleo com a RFP (red fluorescent protein) a ser expressa, utilizando como vetor de "entrega" da proteína um retrovírus.
Popularmente, este tipo de pesquisa tem um péssimo recebimento do público ( ver os comentários da página do Terra) e até mesmo de alguns cientistas, que são céticos ao uso dessa técnica devido a grande inviabilidade de óvulos no processo.
Mas é um trabalho importante sim, pois o sistema dos cães é mais próximo ao de um humano, em relação aos camundongos (que são os modelos de teste mais utilizados) e futuramente poderá auxiliar no entendimento de doenças compartilhadas pelas duas espécies, como um marcador molecular possível de ser visualizado e monitorado.

Fonte: New Scientist

A ciência dos super heróis

Lois H. Gresh, e Robert Weinberg escreveram este livro popular sobre a ciência e o universo dos superheróis, sobre quais personagens seriam mais plausíveis ou não, já que a origem dos seus poderes, nos anos 40-50, vinha da energia nuclear (acidentes para ser mais exato) como o gigante esmeralda, Hulk, e a aranha radioativa que picou Peter Parker, ou de alienigenas que foram enviados para a Terra e sua força residia no sol amarelo (Superhomem), sobre astronautas que foram afetados pelos raios cósmicos (Quarteto fantástico) e a lista segue... Mas para mim o héroi mais provável a existir seria o Batman "o homem morcego", pois ele não possui nenhuma super poder e só utiliza dinheiro a inteligência e os seus gadgets, como o batcinto, batmóvel, para combater o crime e o mal que se esconde no coração dos homens...
Mas não é só isso, o livro utiliza das historias em quadrinhos para introduzir os temas científicos, como clonagem, buracos negros, raios gama e cósmicos, o que seria interessante para iniciar o ensino da ciência para os jovens e pequenos nas salas de aula e em casa.
Gostaria de aproveitar o tema e divulgar meu novo projeto em parceria com meu irmão, o "Heróis de plástico", um blog sobre o figuras de ação e universo dos seres superpoderosos.

"Contos assombrosos da superciência"

Como voltei a escrever minicontos fantásticos e de F.C no "Jarro de moscas", nada melhor do que ilustrar esse post com a capa de julho de 2007 da Science (que peguei emprestada do Prof. Osame). O design mimetiza as "pulp-magazines" ou pulp fictions, que surgiram nos anos 20, e consistiam em revistas muito baratas, pois o papel impresso era polpa de celulose. Os maiores expoentes do gênero foram Isaac Asimov, Ray Bradbury, Arthur C. Clarke e H. G. Wells, só para citar alguns, e as historias nessas revistas basicamente giravam em torno de ataques de zumbis, alienígenas, sexo, robôs positrônicos e ciência bizarra. Quer coisa melhor?
Mas então, vamos ao tema principal e mais estranho da capa dessa revista, a "Interpretação dos muitos mundos".
De acordo com Hugh Everet III, a teoria possibilita o pensamento de que todo o universo e mecânico quântico, pois ate então teoricamente(e em experiências) o universo e divido em duas formas: no mundo quântico das partículas, átomos e moléculas, onde ocorrem eventos microscópicos indeterministas, governados por probabilidades, e o mundo clássico, que é determinista, onde os eventos do nosso dia dia de carros subindo as estradas, e garotas semi-nuas lutando na lama (isso não faz parte do meu dia, mas...), onde a mecânica newtoniana é aplicada. Só que o mundo clássico é construído pelo mundo quântico. E a mecânica quântica diz que as partículas que constroem o mundo clássico se encontram numa superposição de todos os estados possíveis, e somente no momento da "visualização" dessas particulas que elas colapsam somente num único estado, que é o observável. Everet III ampliou esse fenômeno de superposição para todo o universo, e o renomeou como "descoesão", como se cada vez que ocorrese um evento, o universo iria se desdobrar em todos os possíveis, e todos os eventos iriam ocorrer nestes muitos mundos. Assim, naquela entrevista de emprego que não passei, num outro universo eu fui empregado , ou aquela moça ou rapaz que te deu um fora está "feliz para sempre" na Disneylândia com você.
Só que essa teoria entra em conflito com a interpretação de Copenhagen, proposta por Niels Bohr e Werner Heinsenberg, que encerram a história mostrando que, de todas as possibilidades, somente uma e observada e ponto final...

Stephen Hawking disse uma vez que gostaria de fazer que a ciência fosse tão incrível quanto a ficção cientifica, e muitas vezes ela é. A realidade é mais fantasiosa que qualquer fantasia...
Em próximos posts gostaria de falar mais sobre outros assombrosos contos da superciência, incluindo o estranho experimento mental "O amigo de Wigner" que dá nome a esse Blog.

Dica: conheçam os livros da Não-editora aqui de Porto Alegre, que em seu catalogo possui a coletanea de contos, Ficção de Polpa 1 e 2, e indico pessoalmente os contos da escritora Luciana Thomé.


Astrobiologia e nós

Assisti a palestra "Evolução molecular e suas implicações na Astrobiologia", no dia 16 no museu de ciências da PUC, ministrada pelo prof dr. Walter Filgueira, Biofísico do Labioquest, da PUC RS. A palestra faz parte do ciclo "Transversalidades, a Revolução de Darwin" que a faculdade esta promovendo. Foi uma palestra interessante, com um numero bom de entusiastas jovens assistindo, onde o tema para quem já tinha um conhecimento prévio não trouxe novidades, mas que apresentou um bom resumo sobre as descobertas de moléculas orgânicas precursoras de aminoácidos no meio interestelar, e em nebulosas planetárias.
O ponto alto da palestra foi quando um "infiltrado", senhor de barba hirsuta e lustrosa , na hora das perguntas, disse: "você falou sobre a parte física da coisa (sic), mas e quanto a espiritualidade?... Aquele miasma se espalhou ate o fundo da sala, os jovens balbuciaram coisas do tipo, hein, hã? e o professor com toda elegância disse que a ciência estuda os fenômenos da natureza, e é baseada em evidencias, e a espiritualidade estaria fora do foco de estudo da ciência, e o senhor de barba disse "mas Darwin não pensava assim..." e o professor Walter Filgueira novamente, diz que uma cientista pode ter suas crenças pessoais, mas que não podem interferir em seu trabalho...
A astrobiologia é uma ciência nova, que envolve conhecimentos da geologia, paleontologia, astronomia, química e biologia. É a busca pela origem e as evidências do fenômeno vida no universo. Claro que ainda esta em seu desenvolvimento, pois até agora a única forma de vida, e o único lugar que ela existe é aqui na Terra, até onde sabemos.
Acredito que a maior questão da humanidade é se estamos sozinhos ou não no Universo, se compartilhamos desejos, tristezas, bioquímica e curiosidade. E acredito que a maior descoberta seria encontrar (ou ser encontrado) por entidades biológicas extraterrestres, o frustrante é que talvez eu não viva o suficiente para ver isso...

Dica: "O incrível congresso de Astrobiologia"
Um conto incrível e verossímil da escritora e cientista Cristina Lasaitis, vale a pena ler e pensar.

Obs: como estava sem minha câmera, não consegui fotos do evento. então fica uma foto bonita para ilustrar, da atriz Jennifer Connelly que no filme "O dia em que a Terra parou" interpreta uma Astrobióloga que trabalha com extremófilos terrestres, é o interessante nessa atriz que ela já fez diversos filmes ligados a ciência e ao fantástico, como a Dra. Betty Ross no "Hulk", a esposa do matemático John Nash, do "Mente brilhante", "Darkwater" , "Rocketter" e o clássico da sessão da tarde " Labirinto", além de ser uma bela moça, não acham?

Imagem do Lego por Mike Stimpson .


No bar das moscas

O comportamento humano se altera depois do primeiro, segundo e décimo copo de bebida. Você vira o centro das atenções numa festa, se sente o mais rico, bonito, sexy e perde a noção do imbecil. Ao acordar numa cama estranha, olha os saltos, roupas e garrafas espalhadas pelo chão de uma estranha (ou estranho) e voce nem lembra como chegou até la... Enfim, conhecemos os efeitos do álcool no organismo humano, e não é sobre isso que irei discorrer por aqui, mas sim sobre o que foi observado em experimentos com a "popstar" da genética, a mosca da fruta Drosophila.

Em experimento liderado por Kyung-An Han, professor associado de biologia e Neuroscientista da Penn State Univesity, onde as moscas foram submetidas a altas doses de vapores de etanol- o ingrendiente tóxico nas bebidas alcoólicas, para mimetizar os efeitos do abuso da bebida, tanto fisiológicos como comportamentais. Para isso, eles construiram um aparato feito de plástico para acomodar e reunir as moscas, que foi batizado de "Flypub", onde foram filmadas interagindo umas com as outras. E o que descobriram foi que os machos, quando recebiam uma dose diária de etanol, começavam a cortejar outros machos, e apresentavam traços de plasticidade comportamental. Já as fêmeas, que normalmente são passivas durante a corte, mesmo expostas ao etanol, nao cortejavam outras fêmeas, o que sugere que os efeitos homossexuais se limitam aos machos. Mas o efeito do etanol não direcionou a escolha sexual de parceiro, e sim aumentou a frequência de machos cortejando machos, e ao mesmo tempo cortejando fêmeas (quando postos em conjunto no "Flypub"), um tipo de "swing de dípteras".
Então, muito cuidado ao beber demais, pois você nem precisa se confundir, mas pode começar a notar com mais interesse o seu amigo de barba ao lado.

No artigo estão descritos os mecanismos bioquímicos dos efeitos, e é um artigo muito legal e fácil de ler, e melhor ainda de graça: aqui

Os efeitos do alcool no organismo humano: aqui

Vale a pena ver também o filme Barfly, escrito pelo Bukowski, que não tem nada a ver com genética, mas é legal.

It's a trap!

Para quem viu o último episódio do The Big Bang Theory, e entendeu a imitação do Almirante Ackbar do planeta Mon Calamari, feita pelo Dr. Sheldon Cooper.


Vamos ver o pôr do Sol marciano?

Eu vou. em 2011...

Parte do projeto Mars Science Laboratory.