A descoberta dos "genes saltadores"

A bióloga Barbara McClintock foi uma pioneira no campo da citogenética, trabalhando com o milho (Zea mays), como modelo experimental no inicio dos anos 30 no Cold Spring Harbor Laboratory em Nova York, descrevendo a dinâmica do material genético nos cromossomos, e demonstrando o fenômeno do crossing-over (ou recombinação genética). Em trabalhos com esse modelo em 1944, ao pesquisar a expressão fenotípica do milho, que gerava alteração nas cores nas espigas do milho indiano, a pesquisadora descobriu que dois elementos do genoma, o Dissociador (Ds) e Ativador (Ac) podiam mudar sua posição nos cromossomos. Observou-se que elemento Ac controla a transposição do Ds e, quando este último move-se para outra região, ele se liberta dessa inibição e inicia a síntese de um pigmento que leva ao aparecimento de grãos de cores diferentes. Esses elementos moviam-se somente após as células serem submetidas a algum tipo de estresse (por exemplo, quando se reproduzem ou quando são submetidas à radiação), na época da descoberta, essas seqüências genética foram denominadas de elementos controladores (controlling elements).
Estes trabalhos mudaram a visão estática que se tinha do material genético dos organismos e, no entanto, Barbara só ganhou o Nobel de Medicina ou Fisiologia em 1983, aos 81 anos, 39 anos depois de sua mais importante descoberta.


"Nerd style"
Imagem: daqui

Referências:

McClintock, B. (June 1950). "The origin and behavior of mutable loci in maize". Proc Natl Acad Sci U S A. 36 (6): 344–55

Pray, L. (2008) Transposons, or jumping genes: Not junk DNA? Nature Education 1(1)


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