O Abajur com elefantíase

Insanas fusões entre arte e ciência. Prevejo um futuro do retorno a natureza, e a designs e estilos de vida miméticos, mas sem abandonar a tecnologia moderna. Uma época e/ou lugar que o hitech poderá ser tão funcional, e fazer parte do nosso meio, como uma violeta na janela. Bem, e não estamos perto disso?

O projeto do designer Daan van den Berg, consistiu em fazer uma stereolitografia (um tipo de impressão em tres dimensões, atráves de um projeto em autocad) de um abajur da loja sueca IKEA, que comercializa móveis e objetos com designs modernos, e infectou o projeto com uma versão digital da elefantíase, dando origem a um "abajur-elefante" emulando a doença causada por vermes parasíticos nematóides das espécies de Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timor. Ela é transmitida por mosquitos dos gêneros Culex, Anopheles, Mansonia e Aedes. Uma doença complexa, onde diversos papéis sao desempenhados por criaturas diferentes; do verme, da bactéria simbiótica e sexista wolbachia, do sistema imune do hospedeiro e de infecções oportunistas que podem surgir.
Em longo prazo, a presença de vários pares de adultos do parasita nos vasos linfáticos, ocorre a obstrução dos vasos ocasionando na formando nódulos palpáveis. Esta condição, dez a quinze anos depois, manifesta-se como aumento de volume grotesco das regiões afetadas.

No cinema, essa doença tornou-se conhecida pelo filme "Homem elefante" de David Lynch, baseado na historia do side-show "circense" John Merrick, que sofria dessa enfermidade.

Gostaria muito de ter um abajur bizarro assim na minha pequena sala...

Via: Invisible Red


2 Response to "O Abajur com elefantíase"

  • Natália Says:

    Cá estou eu pasma.
    Ontem mesmo estava catando na net informações sobre a elefantíase (ou filariose), para satisfazer a curiosidade de meu afoito pai.
    Eu tinha comentado com ele que minha amada bactéria Bt é utilizada no controle de larvas de Culex quinquefasciatus, um dos principais mosquitos transmissores, como meu amigo cientista comentou.

    E cá estou eu, lendo elefantíase transformada em arte.
    Aliás, se formos ver, a arte destas criaturinhas se manifesta também no corpo humano, na forma de doença.
    Mas não seria também essa uma arte? Talvez não muito agradável para o portador, mas... não é incrível o resultado da infeccção complexa?
    Eu fico boquiaberta, simplesmente.


  • Clarissa Says:

    Bah, isso que a Natália falou agora coincidiu com uns pensamentos meus que tive hoje sobre arte... a partir de onde e até onde podemos considerar uma coisa arte? Fiquei pensando na natureza e no meu contato com a natureza tentando analisar se isso tem alguma cosia de artístico. Enfim, viagem pura e nada profissional, porque não sou grande entendedora da área.

    Anyway.

    Felipe, não é bem elefantíase que o personagem do The Elephant Man tem... na verdade, este homem existiu realmente, o Joseph Merrick, e o que ele tinha era uma espécie de neurofibromatose múltipla, uma doença congênita que só começa a ser apresentada a partir dos 5 anos de idade. Também é conhecida como "Síndrome de Proteu". Esses dados eu peguei no Wikipedia, mas eu já havia lido sobre o assunto num livro de genética humana cujo nome do autor não me lembro (:P).

    Bom, mas apesar de ser bizarro, eu até achei bonitinho o abajur. Eu me lembro que umas das primeirass doenças que me interessei em estudar foi elefantíase e oncocercose, fiquei impressionada com a deformidade que elas causam, e sempre me interessei por doenças tropicais (eu sei que é estranho, mas nunca disse que eu era normal, oras).

    Enfim, andam muito bons os posts no blog, não tenho comentado porque minhas sinapses estão com férias prolongadas.