"Contos assombrosos da superciência"

Como voltei a escrever minicontos fantásticos e de F.C no "Jarro de moscas", nada melhor do que ilustrar esse post com a capa de julho de 2007 da Science (que peguei emprestada do Prof. Osame). O design mimetiza as "pulp-magazines" ou pulp fictions, que surgiram nos anos 20, e consistiam em revistas muito baratas, pois o papel impresso era polpa de celulose. Os maiores expoentes do gênero foram Isaac Asimov, Ray Bradbury, Arthur C. Clarke e H. G. Wells, só para citar alguns, e as historias nessas revistas basicamente giravam em torno de ataques de zumbis, alienígenas, sexo, robôs positrônicos e ciência bizarra. Quer coisa melhor?
Mas então, vamos ao tema principal e mais estranho da capa dessa revista, a "Interpretação dos muitos mundos".
De acordo com Hugh Everet III, a teoria possibilita o pensamento de que todo o universo e mecânico quântico, pois ate então teoricamente(e em experiências) o universo e divido em duas formas: no mundo quântico das partículas, átomos e moléculas, onde ocorrem eventos microscópicos indeterministas, governados por probabilidades, e o mundo clássico, que é determinista, onde os eventos do nosso dia dia de carros subindo as estradas, e garotas semi-nuas lutando na lama (isso não faz parte do meu dia, mas...), onde a mecânica newtoniana é aplicada. Só que o mundo clássico é construído pelo mundo quântico. E a mecânica quântica diz que as partículas que constroem o mundo clássico se encontram numa superposição de todos os estados possíveis, e somente no momento da "visualização" dessas particulas que elas colapsam somente num único estado, que é o observável. Everet III ampliou esse fenômeno de superposição para todo o universo, e o renomeou como "descoesão", como se cada vez que ocorrese um evento, o universo iria se desdobrar em todos os possíveis, e todos os eventos iriam ocorrer nestes muitos mundos. Assim, naquela entrevista de emprego que não passei, num outro universo eu fui empregado , ou aquela moça ou rapaz que te deu um fora está "feliz para sempre" na Disneylândia com você.
Só que essa teoria entra em conflito com a interpretação de Copenhagen, proposta por Niels Bohr e Werner Heinsenberg, que encerram a história mostrando que, de todas as possibilidades, somente uma e observada e ponto final...

Stephen Hawking disse uma vez que gostaria de fazer que a ciência fosse tão incrível quanto a ficção cientifica, e muitas vezes ela é. A realidade é mais fantasiosa que qualquer fantasia...
Em próximos posts gostaria de falar mais sobre outros assombrosos contos da superciência, incluindo o estranho experimento mental "O amigo de Wigner" que dá nome a esse Blog.

Dica: conheçam os livros da Não-editora aqui de Porto Alegre, que em seu catalogo possui a coletanea de contos, Ficção de Polpa 1 e 2, e indico pessoalmente os contos da escritora Luciana Thomé.


2 Response to ""Contos assombrosos da superciência""

  • La Rara Says:

    As vezes quando me passa alguma coisa que nao me faz feliz, eu penso" seguramente no outro mundo paralelo eu sou feliz"
    Muitos dos meus amigos olham pra mim como dizendo que estou um poquitinho louca, mas eu sei que pode ser posivél!
    Por qué nao?


  • L. Felipe Benites Says:

    pois então, fale para eles dessa ideia, dos muitos mundos, que em cada um deles todos os eventos possiveis, que podem ocorrer aqui, realmente ocorrem, claro que é somente uma interpretação, mas e muito instigantes mesmo assim.