Lá no Devoniano, quando os fungos eram gigantes

No século 19, o cientista canadense Sir John William Dawson (1820-1899) relatou a descoberta de uma estranha espécie de tronco fossilizado, que ele batizou de Prototaxites e a descreveu como sendo um ancestral do gênero de coníferas Taxus, enquanto a comunidade científica dizia que eram algas grandes. No fim de sua vida, J.W Dawson terminou concordando com essa definição.
Em 2001, o paleontólogo Francis Hueber retomando a hipótese de que a espécie na verdade era um fungo que chegava a alcançar aproximadamente 6 metros de altura e que tinha vivido entre 420 a 350 milhoes de anos atrás, entre os períodos geológicos Devoniano e Siluriano, apresentou evidências fortes para o Prototaxites ser incluido no Reino dos fungos, devido as suas estruturas internas e morfologia, mas somente em 2007 surgiram mais evidencias que suportam a idéia de Hueber. Num estudo independente cientistas realizaram medições de isotópos de carbono (são átomos com mesmo n° de protôns, mas diferente n° de neutrôns) do fóssil e de outras plantas fossilizadas que foram encontradas na mesma região, e se a espécie fosse uma planta ou alga, entao deveria conter uma certa quantidade padrão de isotópos, ja que as plantas através da fotossíntese produzem a sua propria matéria orgânica (que contem carbono) já os fungos precisam obter o carbono de outros meios, e os resultados do experimento mostraram que as taxas de isotopia no Prototaxites variava bastante, sugerindo que ele realmente retirava o carbono de outros lugares, assim como os fungos o fazem.

Imagine só, 50 milhões de anos antes de surgirem árvores ou vertebrados, um fungo colossal se extendia para os céus numa paisagem dominada por vermes e insetos. Um lugar extraterrestre para nossos olhos recentes de mamífero.

Fonte: Science daily

Infelizmente só para assinantes: aqui, e o resumo do artigo de Francis Hueber: aqui


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